29 de dezembro de 2014

Cockpit


1- manche: utilizado para virar, subir ou descer o avião. Alguns aviões possuem o sidestick, que são semelhantes a joysticks.

2- manetes: controlam a velocidade do avião. Para frente aceleram e para trás desaceleram. Os manetes possuem a posição TO/GA, que significa aceleração máxima, e a posição IDLE, que significa ponto morto, onde o motor não gera mais força de empuxo. O reverso também é ativado através dos manetes.

3- alavanca do spoiler: uma alavanca que abre e fecha os spoilers. É também através dela que você vai armar os spoilers. Quando o spoiler é armado, ele é ativado automaticamente quando o avião toca o solo durante o pouso.

4- alavanca do flap: alavanca que estende ou recolhe os flaps.

5- PFD: nessa tela (chamada de Primary Flight Display) é mostrado o horizonte artificial, a velocidade, a altitude e a proa.


6- motores: mostra informações dos motores (pressão do óleo, combustível, temperatura, etc.).



7- alavanca do trem de pouso: alavanca que estende e recolhe o trem de pouso. Luzes verdes indicam que o trem de pouso está estendido, luzes desligadas significam que o trem de pouso está recolhido.

8- posição dos flaps: mostra em que nível estão os flaps (5, 10, 15, 20, 25, 30 ou 40).

9- autobrake: freios automáticos que são acionados automaticamente quando o avião toca o solo. Os níveis existentes são RTO, 1, 2, 3 e MÁX. Quanto maior o nível, maior será a intensidade do freio e mais rápido o avião vai parar. O RTO é utilizado apenas durante a decolagem, e é acionado caso seja necessário abortá-la.


10- pilotos automáticos: nessa área estão localizados os pilotos automáticos onde você vai programar altitude, velocidade, proa, etc.

- Auto Throttle: sistema de velocidade automático;
- Heading Select: mantém a proa programada pelo piloto;
- Approach: sistema de aproximação automática;
- Indicated Air Speed Select: mantém a velocidade programada pelo piloto;
- Mach: mostra a velocidade em Mach (uma unidade de medida - no avião há duas: nós e mach);
- Altitude Select: mantém a altitude programada pelo piloto.

11- luzes: luzes do avião (luz de taxi, luz de pouso, luz da cabine, etc.).

12- aviso de segurança: botão onde você liga e desliga os avisos de apertar os cintos e não fumar.

13- pedais: são utilizados para acionar o freio (quando pressionado) ou o leme (virando-os).

14- bússola magnética: é a bússola magnética utilizada pelos pilotos para se orientarem.

15- relógio: relógio para os pilotos verem a hora e data.

16- MFD: Multi Function Display, tela que mostrará informações de rota, proa, outras aeronaves, distância até o destino, alertas de terreno e de tempestades, etc.


OBS.: Os círculos verdes no painel são aparelhos de backup, caso os digitais parem de funcionar.

22 de outubro de 2014

Luzes


As luzes de navegação são luzes que ficam na ponta das asas e possuem duas cores: verde (na asa direita) e vermelha (na asa esquerda). Essas luzes servem para indicar em qual sentido o avião está indo em relação a outro. Por exemplo, se você estiver pilotando e ver um avião e a luz vermelha está no lado direito e a verde no lado esquerdo, significa que o avião está indo na sua direção, mas se for ao contrário então o avião está seguindo a mesma direção que você.

Também existem as luzes anti-colisão, ou beacon lights, que são luzes vermelhas intermitentes que servem para indicar ao pessoal de solo cuidado, pois a aeronave está em operação ou pronto para entrar em operação. Ligadas logo antes de acionar o motor até o corte do mesmo.

Há também as Strobe Lights, ou luzes estroboscópicas, que são luzes brancas que ficam na ponta das asas, ao lado das luzes de navegação. Elas são parecidas com um flash e podem ser vistas à distância. Normalmente utilizadas apenas durante o voo e não em solo.

As Logo Lights apenas iluminam a cauda do avião para que o logotipo da empresa aérea fique visível.

Também há as luzes de pouso, que são ligadas quando o avião vai pousar e decolar (mesmo se for dia).

E, por fim, as luzes de taxi, que servem para que o piloto veja melhor por onde ele está taxiando.

Rádio e Transponder

Você utiliza o rádio para se comunicar com os controladores de voo e ouvir mensagens. Do lado direito você coloca a frequência em standby, e ao apertar um botão, essa frequência vai passar para o lado esquerdo como ativa. Por exemplo, nessa imagem a frequência em standby do COM1 é 121.90 e a frequência ativa é 119.10. O botão entre essas duas frequências é o botão que passa a frequência de standby para ativa. 

Próxima ao rádio fica o transponder. O transponder vai passar ao controlador de voo algumas informações sobre o seu avião que irão aparecer no radar. É muito importante estar ligado no voo para que o controlador de voo e os outros aviões possam localizar você. Ele possui 4 modos: off, standby (o transponder não envia informações ao controlador ou às outras aeronaves), ON (ou modo A, indicando apenas um ponto no radar do controlador) e ALT (ou modo C, indicando um ponto e sua altitude para o controlador). Na grande maioria dos voos o modo C é utilizado, estando sempre ativo quando fora de solo. Em solo utiliza-se standby. Existem também códigos de alerta pré-definidos. São eles:

7500 - sequestro
7600 - falha de comunicação
7700 - emergência


Giro direcional

Esse instrumento indica a proa, ou heading, do avião. Ele pode sofrer alterações durante o voo e por isso é importante sempre corrigí-lo utilizando como referência a bússola magnética.


Turn Coordinator

Esse instrumento indica a velocidade da curva. A bola logo abaixo indica a coordenação da curva, ou seja, se o avião está glissando ou derrapando durante a curva. Esse instrumento auxilia o piloto a fazer uma curva coordenada, que é quando a bola está no meio.


14 de outubro de 2014

Climb

O climb indica a velocidade vertical, ou seja, indica se a aeronave está subindo, descendo ou nivelada. A razão de descida e de subida é indicada em pés por minuto. Se o ponteiro estiver no número dois, ele vai estar descendo ou subindo 2.000 pés por minuto, se estiver no número um, vai estar descendo ou subindo 1.000 pés por minuto e se estiver no número cinco, vai estar descendo ou subindo 500 pés por minuto. Quando o ponteiro estiver à cima do zero, a aeronave estará subindo e quando o ponteiro estiver a baixo do zero, a aeronave estará descendo. Se estiver no zero, significa que a aeronave está nivelada. Para ver se ele é confiável, observe durante a preparação da cabine se ele está indicando zero, pois está no solo.




Altímetro

O altímetro mostrar a altitude do avião. Ele indica a altura em relação ao nível do mar e não ao lugar onde você está sobrevoando. Seria mais fácil se ele indicasse a altura em relação ao lugar onde você está sobrevoando, mas a superfície da Terra não é uniforme e apresenta variações grandes de uma área para a outra. Por isso se utiliza o nível do mar, pois ele é o mesmo no mundo todo. E conhecendo a altitude da área sobrevoada, é possível calcular a altura. A seta maior indica pés em milhares e a seta menor indica pés em centenas. Por exemplo: se a seta maior está no quatro e a seta menor está no sete, significa que o avião está voando a 4700 pés.



2 de setembro de 2014

Velocímetro

O velocímetro indica a velocidade do avião e possui algumas indicações e faixas operacionais que devem ser respeitadas:

- A faixa branca refere-se a faixa de operação com os flaps estendidos. Durante a aproximação e o pouso, a velocidade geralmente varia dentro desta faixa;
-
A faixa verde refere-se à faixa normal de operação do avião; ---------------------------
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A faixa amarela refere-se a uma faixa de operação com cautela. O avião poderá operar nesta faixa apenas com o ar calmo, mas mesmo assim com cautela;
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A linha vermelha refere-se à velocidade máxima de operação do avião. Essa velocidade nunca deve ser excedida, pois pode causar danos estruturais no avião.


Cada velocidade possui também uma designação:

Vso - velocidade de stall com flaps estendidos
Vs1 - velocidade de stall com flaps recolhidos
Vfe - velocidade maxima de flaps estendidos
Va - velocidade aerodinâmica (velocidade em que se pode aplicar ações abruptas nos comandos sem causar danos nos mesmos)
Vno - velocidade estrutural de cruzeiro
Vne - velocidade para nuncar exceder





Horizonte Artificial


O horizonte artificial é um instrumento que indica a posição do nariz do avião em relação ao horizonte. A cor azul indica o céu e a cor marrom a terra. Através desse instrumento você pode ver também o ângulo de inclinação da curva. Ele é utilizado principalmente quando o piloto não tem visão externa, se utilizando desse instrumento para se orientar, sabendo se o avião está descendo, subindo, nivelado ou fazendo uma curva.
















Na imagem à esquerda, podemos perceber que o avião está nivelado. Já na imagem à direita, o avião realiza uma curva. A seta vermelha no topo indica o ângulo de inclinação desse curva.



Forças que atuam no avião



São quatro as forças que atuam em um avião:

A sustentação é uma força perpendicular ao vento, produzida pela asa. Ela é influenciada por vários fatores, como densidade do ar, área da asa, velocidade, peso, curvatura da asa, entre outros. Um 747, por exemplo, demora muito mais tempo para decolar do que um Cessna devido ao seu grande peso.

O peso é a força oposta a sustentação. Todo corpo no campo gravitacional da Terra possui peso.

A tração, ou empuxo, é a força que permite o deslocamento do avião para que ele atinja uma velocidade suficiente para criar sustentação. Essa força é criada pelos motores.

O arrasto é a força oposta a tração, ou seja, ela atrapalha o deslocamento do avião. Ele não pode ser eliminado, mas pode ser diminuído tomando algumas medidas, como recolher o trem de pouso e os flaps ou com o uso dos winglets. O arrasto é dividido em induzido e parasita. O arrasto induzido é uma consequência da sustentação. Nas pontas das asas, o fluxo de ar no intradorso sobe devido a diferença de pressão com o extradorso, criando um vórtice (como mostrado na imagem abaixo). Já o arrasto parasita é gerado por qualquer superfície que não cria sustentação.

7 de abril de 2014

Partes do avião - Parte 3

 APU
O APU é um motor secundário localizado na parte de trás do avião. Ele não gera empuxo, porém gera energia para os instrumentos do cockpit enquanto os motores principais estão desligados. Presente normalmente em aviões de grande porte apenas.


MOTORES
Os motores do avião servem para gerar tração. São divididos em dois grupos: motores a pistão (utilizados em aeronaves de pequeno porte) e motores a jato (mais comuns em aeronaves de grande porte). 

O motor a jato funciona sugando ar através dos fans (uma espécie de pá) e logo depois esse ar é comprimido. Então, na câmara de combustão, esse ar comprimido é misturado com combustível e essa mistura é acesa, ocorrendo a combustão. Toda a força dessa “explosão” sai pela parte de trás do motor, criando empuxo para o avião. 

Já o motor a pistão funciona de maneira parecida. O ar entra por um bocal e é filtrado, passando depois pelo carburador (algumas aeronaves não possuem carburador e sim injeção direta) onde a mistura ar + combustível é criada. Então a mistura é direcionadoa para o cilindro, onde é comprimida e ocorre a combustão. A combustão move o pistão, e esse movimento é transmitido para o eixo de manivelas que gira a hélice, criando tração através das pás.

TUBO DE PITOT
O tubo de pitot é um aparelho que fica no nariz ou nas asas do avião e que é responsável por medir a velocidade do avião através da pressão do ar. Há dois orifícios por onde é medida a pressão: um na frente, que mede a pressão dinâmica, e outro lateral, que mede a pressão estática (PE). A diferença entre essas pressões é utilizada para calcular a velocidade. Pelo fato de o tubo de pitot estar localizado no nariz e nas asas do avião, ele acaba ficando vulnerável ao gelo. O gelo tapa os orifícios do tubo de pitot, fazendo com que ele mande informações erradas aos pilotos. É por isso que no cockpit há um dispositivo chamado PITOT HEAT que aquece os tubos de pitot, evitando o congelamento dos mesmos.


Partes do avião - Parte 2

SPOILERS
Os spoilers, ou speedbrakes, são freios aerodinâmicos. Eles são usados logo quando o avião toca o solo para evitar uma flutuada e diminuir sua velocidade. Eles também são utilizados durante o voo, normalmente quando o piloto quer fazer uma descida mais acentuada sem aumentar a velocidade. Os spoilers conseguem “segurar” a velocidade.

FLAPS
Os flaps ficam ao longo da asa no bordo de fuga. Eles são estendidos durante o pouso e na decolagem e possuem diferentes graus de posição. Eles servem para criar mais sustentação para o avião em momentos que este está em baixa velocidade, aumentando a curvatura e/ou área da asa. Por isso que são estendidos apenas durante o pouso (permite o piloto realizar uma aproximação a uma velocidade menor) e na decolagem (permite uma decolagem mais curta). Na imagem você pode ver também os slats, que fazem parte do sistema de flaps. Eles aumentam a curvatura da asa e permitem um maior fluxo de ar sobre o extradorso, aumentando também a sustentação.



WINGLETS
Os winglets ficam na ponta das asas e seu formato varia de avião para avião. Eles ajudam a diminuir o arrasto induzido (será explicado futuramente), economizando combustível e, claro, dinheiro. Na imagem abaixo é possível ver dois tipos diferentes de winglets.




TREM DE POUSO
O trem de pouso é um mecanismo cujo principal componente é o pneu. Eles também possuem amortecedores para que o impacto do avião com o solo durante o pouso seja minimizado. Os pneus não são cheios com oxigênio, e sim com nitrogênio, que é mais estável às oscilações de temperatura durante o voo. Fazem parte do trem de pouso também a roda (onde está conectado o pneu) e os freios (podendo ser a disco ou a tambor).

14 de fevereiro de 2014

Partes do avião - Parte 1



FUSELAGEM
A fuselagem seria o “corpo” do avião. É na fuselagem que ficam as asas, o trem de pouso, os estabilizadores vertical e horizontal, os tubos de pitot, as portas, as janelas, ou seja, praticamente tudo está ligado à fuselagem.

AILERONS
Os ailerons são partes móveis que ficam na ponta das asas, no bordo de fuga. São eles os responsáveis por fazer o avião virar para os lados, controlados pelo manche.

ESTABILIZADOR VERTICAL--------------------------------------------------------------------------------
Localiza-se em cima da fuselagem na parte de trás do avião. Nele fica o leme.

LEME
Fica no estabilizador vertical e tem a finalidade de virar o avião em solo ou fazer ele “deslizar” no ar, chamado de guinada. Ele é controlado através dos pedais pelo piloto.

ESTABILIZADOR HORIZONTAL
Fica na parte de trás da fuselagem. Neles ficam os profundores.

PROFUNDORES
Os profundores ficam nos estabilizadores horizontais e são eles os responsáveis por fazer o avião subir e descer, controlados pelo manche.

11 de fevereiro de 2014

STALL

   STALL, ou ESTOL (em português), significa perda de sustentação, ou seja, é quando o avião não consegue mais se sustentar no ar. Isso ocorre quando o avião excede o ângulo de ataque crítico, e o fluxo de ar no extradorso da asa se separa da mesma, criando uma área de turbulência. Mas o que é o ângulo de ataque?

 
 O ângulo de ataque é o ângulo formado entre a linha da corda da asa (uma linha imaginário que cruza a asa do bordo de ataque até o bordo de fuga) e o vento relativo (o vento que vem na direção contrária ao movimento da aeronave).





   O ângulo de ataque crítico é quando se consegue a maior sustentação possível. Ao passar desse limite, ocorre uma grande queda de sustentação, o ar se separa do extradorso e o arrasto aumenta demasiadamente.


  Quando o piloto se depara com um stall, ele deve diminuir o ângulo de ataque, normalmente aplicando potência e colocando o nariz do avião para baixo, com a finalidade de o fluxo de ar voltar a circular pela asa e ganhar sustentação novamente.

6 de fevereiro de 2014

Como um avião voa?

  O avião voa graças a suas asas, que possuem um formato aerodinâmico ideal para criar a sustentação, uma força que é capaz de levantar um avião de toneladas do chão.



   A asa é dividida em quatro partes. A parte da frente da asa é chamada de bordo de ataque e a parte de trás é chamada de bordo de fuga, enquanto a parte de cima chama-se extradorso e a parte de baixo intradorso.
  
   O fluxo de ar divide-se e passa por cima e por baixo da asa, se encontrando novamente no bordo de fuga. Antes de continuarmos a explicação, é necessário um rápido conhecimento sobre a "Lei de Bernoulli". Segundo essa lei, quanto mais rápido o fluxo de um fluído, menor será sua pressão. Isso é mostrado no tubo de venturi, na imagem abaixo:


   Pelo fato de o extradorso ser maior que o intradorso, o ar na parte de cima flui a uma velocidade maior que o ar na parte de baixo. Seguindo a Lei de Bernoulli, devido a essa diferença de velocidade, a pressão na parte superior da asa é menor do que a pressão na parte inferior da mesma. Essa diferença de pressão cria a sustentação.

4 de fevereiro de 2014

O RETORNO!

Olá aviadores!

Bem vindos ao blog! Este aqui é o segundo blog que faço: o primeiro tinha o mesmo nome e falava sobre os mesmos assuntos, mas foi deletado e infelizmente não foi possível recuperá-lo... Mas agora resolvi voltar atrás e criar novamente um novo.

Meu nome é Guilherme (também conhecido como Zanco), e desde pequeno a aviação esteve presente em minha vida. Quando era criança, ficava louco ao ver um avião, era algo que mexia comigo. Mas o meu caminho na aviação realmente começou quando ganhei meu primeiro Flight Simulator, quando tinha cerca de 8 anos. Ficava horas na frente do simulador, querendo saber mais, e mais, e mais..... A partir desse momento começei a pesquisar mais sobre a aviação.


E então foi aí que decidi que queria ser piloto de avião.
Hoje, com meus 18 anos, estou fazendo o curso de piloto. Mas melhor que aprender, é repassar conhecimento. Por isso criei este blog, onde compartilho meus conhecimentos sobre a aviação com o público geral (desde entusiastas até outras pessoas que estão iniciando a vida de piloto).


Compartilhe o blog para ajudar na divulgação! Visite também o meu canal do youtube:

Canal: https://www.youtube.com/livrepouso

Obrigado e até a próxima!